Como referido em publicações anteriores, no dia 14 de Novembro presenciámos uma situação revoltante: ao chegarmos à Horta Comunitária Desassociada, reparámos que as estruturas de apoio da actividade agrícola que se encontravam no terreno tinham sido destruídas. Isto inclui duas cabanas por nós construídas e três depósitos de água comprados pela nossa associação. O material que se encontrava dentro das cabanas ficou também extremamente danificado. Rapidamente percebemos que não tínhamos sido os únicos afetados. Pelo menos mais cinco terrenos sofreram o mesmo destino que o nosso.
Denunciámos esta situação porque sentimos que um aviso prévio teria de ter sido feito, de maneira a que os horticultores tivessem podido retirar os seus pertences atempadamente e de forma digna antes da intervenção. Tentámos contactar a câmara para perceber o que se estava a passar, pedir alguns esclarecimentos e saber se as várias dezenas de árvores, arbustos e aromáticas plantadas por nós poderiam ser mantidas, visto que a única informação que tínhamos era que esta intervenção se devia a uma requalificação do Vale e construção de um espaço verde. Até hoje, nenhuma das nossas perguntas foi respondida.
Perante toda a informação falsa com que nos deparámos nas redes sociais, resolvemos reagir com factos. Quando o próprio presidente da CMC diz numa reunião de câmara ... coisas, como "apenas o que fizemos foi remover o lixo", "os hortelões foram avisados" e "os próprios horticultores, no trabalho que se tem vindo a desenvolver com os técnicos da câmara municipal de cascais da cascais ambiente agradeceram a própria intervenção, ou seja, viram com satisfação a intervenção que foi feita", sentimos que, tendo acesso ao terreno e à realidade, tínhamos o dever cívico de a documentar.
Assim sendo, estivemos presentes no terreno com o objectivo de relatar a realidade, algo que nem a CMC nem o Polígrafo se mostraram disponíveis para fazer. O fruto da nossa pesquisa é este vídeo que aqui vos trazemos.
Os sete testemunhos por nós recolhidos e que poderá ver abaixo, confirmam que, ao contrário do que afirmou o senhor Carreiras, na reunião de câmara (ver ao minuto 19:40 do vídeo da reunião) os horticultores locais não foram avisados previamente de que esta intervenção iria ocorrer (“avisar previamente” não é o mesmo do que avisar quem, por acaso, estava lá no momento) e, também, que não foi apenas "lixo" que foi retirado do Vale. Quanto à afirmação da câmara relativamente ao envolvimento dos horticultores locais no futuro do Vale (“Está prevista a requalificação e os hortelões serão envolvidos no processo de atribuição de talhões”), esta parece-nos bastante duvidosa, uma vez que a própria CMC já admitiu não ter os contactos dos mesmos.
Veja o vídeo: https://www.facebook.com/watch/desassociada/